terça-feira, 18 de maio de 2010

Quantas Macabéas estão na educação?

Lendo o livro “Cartas entre amigos” de Fabio de Melo e Gabriel Chalita, me deparei com uma comparação que julguei importante. A qual cito agora e me aproprio pra ampliá-la.
“(...) o destino de Macabéa, a alagoana de ovários murchos em que Clarice Lispector soprou ar de literatura e fez viver nas páginas de A hora da estrela.
Meu amigo, Macabéa morreu grávida de futuro, mas não o partejou porque não amou. Limitou-se a viver com os olhos presos no raso da vida, no presente medíocre e só. (...) Macabéa não poderia chegar viva ao outro lado da avenida, pois não teria sonhos para continuar. Não teria um amor que a encharcasse de motivos e a ajudasse a suportar as dores da vida.”(MELO,2009)
Quantas Macabéas estão na educação? Estão em sala de aula, limitando-se ao raso? Sem a possibilidade do “parto” porque não amam?
Não é possível afirmar quantas. Porém se pode perceber que são muitas. Professoras e professores que não conseguem ver nada do outro lado da avenida, que não têm paixão pelo que fazem.  Tenho procurado não ser um deles. Ninguém nos obrigou a ser o que somos. E se nos obrigaram... ah podemos mudar isso! Temos a possibilidade de mudança, de tomar as rédeas de nossas vidas e nossas carreiras profissionais, procurando tê-las a nosso favor. Se nos encontramos em uma escola, a frente de uma turma de alunos sedentos de conhecimento, que seja com amor. Somente desta forma é que o “parto” será possível, mesmo com suas dores, com as dificuldades que o antecedem. Caso a gravidez de futuro seja aceita e seu parto esperado, aí sim teremos que nos preparar para ir muito além da calçada do outro lado da avenida, pois o mundo nos espera, senão por nós, será por nossos alunos.

(Helga)

1 comentários:

CELOY disse...

Que reflexão maravilhosa heim!
Com certeza muitas Macabéas estão na educação, que bom que não fazemos parte desse grupo.

Parabéns, voltarei sempre!